Muitas vezes esquecido, o Sudeste Asiático é um dos playgrounds favoritos das criptomoedas. E, nos últimos meses, a Tailândia tem acelerado o ritmo. Enquanto alguns países ainda estão ajustando suas estruturas legais, Bangkok trouxe consigo as armas mais poderosas: novas regras, isenções fiscais e até mesmo um projeto piloto para permitir que turistas gastem seus bitcoins em bahts.
É uma revolução pequena e silenciosa, mas que pode redesenhar o mapa de criptomoedas da região.
Uma estrutura clara (e bastante rigorosa)
Oficialmente, criptomoedas não são uma "moeda" na Tailândia, mas sim "ativos digitais". Em termos concretos, você pode comprar, vender e investir, mas apenas por meio de plataformas licenciadas pela Comissão de Valores Mobiliários da Tailândia. As exchanges são verificadas e possuem as licenças apropriadas, como é o caso da bitkub Por exemplo, exchanges estrangeiras que têm como alvo tailandeses sem licença? Bloqueadas. Bybit, OKX e CoinEx já sofreram sanções.
Isso está muito longe do Velho Oeste: aqui, KYC, AML e entidade local são obrigatórios se você quiser atuar no mercado.
Cenoura fiscal para atrair capital
O outro grande anúncio é a isenção de impostos sobre ganhos com criptomoedas para transações realizadas em plataformas autorizadas. Cinco anos de “feriado fiscal” – até o final de 2029. O objetivo declarado: tornar Bangkok um centro de criptomoedas asiático e atrair capital de investidores em criptomoedas.
🔎 Foco: o “feriado fiscal” das criptomoedas na Tailândia
A principal medida adotada por Bangkok é a isenção de impostos sobre ganhos com criptomoedas, apelidada de "férias fiscais". Em termos concretos, qualquer investidor — pessoa física ou jurídica — que comprar ou revender ativos digitais por meio de uma plataforma aprovada pela SEC tailandesa não pagará impostos sobre seus ganhos de capital por cinco anos, até o final de 2029.
O objetivo na Tailândia é claro: atrair capital e incentivar o uso de plataformas locais, oferecendo uma enorme redução de impostos. Em um mundo onde a maioria dos países está restringindo seus impostos sobre criptomoedas, a Tailândia está adotando a abordagem oposta. Este é um sinal muito "pró-inovação" que posiciona o país como um polo regional de criptomoedas, a meio caminho entre Dubai e a Singapura financeira.
No entanto, a isenção não se aplica a transações fora de plataformas autorizadas: transações por canais não autorizados continuam sujeitas a impostos e podem até mesmo ser passíveis de penalidades. A ideia é recompensar a conformidade e canalizar o mercado para players regulamentados.
Criptoturismo: gastando suas moedas em Phuket
O governo também está testando um programa piloto de 18 meses: turistas estrangeiros podem converter suas criptomoedas em baht por meio de carteiras aprovadas, com um limite (cerca de US$ 16.900) para evitar abusos.
A ideia é clara: revitalizar o turismo, que pesa muito na economia tailandesa, e capitalizar a imagem do país favorável à tecnologia.
Por que isso importa para os Bitcoiners?
Para adeptos e investidores de bitcoin, este é um sinal poderoso: as criptomoedas não são mais apenas toleradas, mas estão sendo integradas à estratégia econômica de um Estado. Isso pode abrir um precedente na Ásia e até mesmo em outros lugares.
Resta saber se a aposta se manterá ao longo do tempo. Mas, por enquanto, a Tailândia está se posicionando como países favoráveis às criptomoedas, onde outros se contentam com discursos.
Podemos estar testemunhando o surgimento de uma "Singapura II" favorável às criptomoedas. Os próximos meses revelarão se a Tailândia conseguirá equilibrar a abertura com o excesso de regulamentação.
Mas para aqueles que querem acompanhar a adoção propriamente dita ou buscam uma expatriação, é um país a ser observado de perto.